segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Letra em yoruba xire esu

ESU
Egbarabo Ago Mojubá Ra
Egba Kose
Egbarabo Ago Mojubá Ra
E Modé Ko Ko E
Egbarabo Ago Mojubá Ra
Lê Gbale Esu Lona
Gbara Um Ser Seja
Tiriri Lona
Esu Tiriri
Gbara Um Ser Seja
Tiriri Lona
Esu Tiriri
Elegbara (Bis)
Esu Ajo
A Ma Ma
Ke O Elegbara
Esu Ajo
A Ma Ma
Ke O Laroye
Esu Soroke
Odara Odara
Baba Ebó
Esu Oo
Esu Olona
Mofori Gbale
O ESU
Gbara Loji Ki
Esu Lobi WA
Ara EE
Son Son Obé
Odara Kolobi Ebó
Laroye
Lagiri Esu Ma Na
Le Le Lagiri
AJE Ma Na
Lê Lê Lagiri
Firo Ofe Na
Fena Jô
Lagiri
Orisa Pa Ta
Atrás do Nilo
Atrás do Nilo Mofori Gbalé
Gbara Loju Gbara
Loju Gbara
Ara Legbe
Ogo Run GO
Run Go
Laroye

Oxossi mata o grande pássaro. itan

Òsóòsì mata o Grande Pássaro. 
Òsóòsì mata o Grande Pássaro. O Em Tempos distantes, Oduduwa, oba de Ife, Diante do Seu Palácio Real, chefiava o Seu povo na festa da Colheita dos inhames. Naquele ano a Colheita havia Sido farta, e de Todos em homenagem, Deram Uma grande festa comemorando o acontecido, Comendo inhame e Bebendo vinho de palma em grande fartura. De Repente, um grande Pássaro, (Eleye), pousou Sobre o Palácio, lançando OS SEUS Gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de Destruir Tudo Que POR ali existia, cabelo Fato de Nao Terem oferecido Uma Parte da Colheita como Àjès (feiticeira, portadoras do Pássaro), personificando SEUS Poderes atravez de Iyami Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Oba ENTÃO Mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, that, arrogante e Cheio de si, errou Todas As Suas investidas, desperdiçando SUAS 50 flechas. Chamou Desta vez, o das terras de Moré, Osotogi, com SUAS 40 flechas. Embriagado, o guerreiro also desperdiçou Todas SUAS investidas contra o grande Pássaro. AINDA foi, Convidado parágrafo grande façanha de matar o Pássaro, das distantes terras de Ido, Osotogum, O Guardião das 20 flechas. Fanfarão, apesar da SUA grande fama e destreza, atirou em Vao 20 flechas, contra o Pássaro Encantado e nada Aconteceu. Por FIM, JA COM TODOS SEM Esperança, resolveram convocar da Cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de APENAS Uma flecha. Sua Mãe Yemonjá, sabiá that como Eleye Viviam em cólera, e nada poderia Ser Feito Para apaziguar SUA Fúria um Uma Oferenda NÃO ser, vez that Três dos Melhores Caçadores falharam em SUAS Tentativas. Yemonjá foi Consultar Ifá Pará Òsotokànsosó. Consultar FOI OS babalaô. ELES disseram Que FAÇA oferendas. ELES dizem that Yemonjá preparar ekùjébú (grão Muito duro) dia naquele. ELES dizem Que tenha also hum frango òpìpì (frango com como plumas crespas). ELES dizem Que tenha Eko (massa de milho envolta em Folhas de bananeira). ELES dizem that Yemonjá tenha SEIS kauris. Yemonjá Faz ENTÃO ASSIM, AINDA pediram Que, oferecesse colocando Sobre o peito de hum Pássaro sacrificado em intenção. ELES dizem Que ofereça em Uma estrada, dizem Que recite o SEGUINTE: "Que o peito da ave receba ESTA Oferenda". Neste Exato momento, o Seu filho disparava SUA Única flecha em Direção Ao Pássaro, ESSE Abria SUA guarda recebendo uma Oferenda ofertada POR Yemonjá, recebendo also uma flecha serteira e mortais de Òsotokànsosó. Todos APOS tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Òsóòsì! Òsóòsì! "(caçador do povo). À partir desse dia de Todos conheceram o Maior guerreiro de Todas As terras, foi referenciado com honras e Carrega Seu título ATÉ HOJE. Òsóòsì.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Xire oxumare



ÒSUNMARÈ
Arò bó bò Yí! (Neste dia que nasce lhe rendemos graças!)

Òsunmarè lelé mo rí Òsunmarè
Lelé mo rí rà ba ta (Oxumarê encontra-se andando no chão. É preciso saber encontrar Oxumare)
Lelé mo rí Òsunmaré (andando sobre o chão é preciso saber encontrar por que ela se esconde. Tenha cuidado por onde anda para não chuta-la (ou pisá-la)).

Ódí náà léwà (Ela é teimosa, mas também é bela).
Léwà léwà e (ela é bela, bela).
Ódí náà léwà (Ela é teimosa, mas também é bela)
Léwà léwà e (ela é bela, bela)

O bi òjò birí bò (Ele surge através de pequenas gotas de chuva)
O mió aráiye (Água doce que sustenta a humanidade)

Jô ma ndi o pe (Ele sempre vem quando o chamamos)
Jô ma ndi o pe (Ele sempre vem quando o chamamos)

E sìn a bebe ko e dìde (Nós adoramos sua dança e seu ato de ir ao chão e depois se levantar)
E sìn a bebe ko e dìde (Nós adoramos sua dança e seu ato de ir ao chão e depois se levantar)

O dí ma dí ma (Ele sempre foi, sempre foi)
Òsunmarè aidan (Oxumare sempre foi belo)

Ma sán rí ma sa ibó (O céu é um lugar de adoração)
E e e o fi-ko fi opè (Devemos olhá-lo com respeito e dar graças)
Arò bó bò yí! U nké lè sìn (Aróbò bò yi louvamos e cultuamos sua força)
A ni wère lókan (Vós sois um jovem bravo!)

Àwa e kó oribande (traga para nós a boa sorte)
E hàn oribande (A sua presença nos traz a boa sorte)

Àwa bí a ma gbo ji bè (A cada dia que despertamos damos graças para que, assim como o dia que nasce, tenhamos também nossas vidas renovadas).
E ba kú èwe lè (a cada dia que nasce, nossas vidas possam ser renovadas com a sua força)

Arò bó bò yí!
A bo mojúbà a wù rí ko kun (Nós o adoramos! Mojubá! Nós o reverendamos quando vemos o arco-íris)
A ro lè (Nele encontramos sua força)

A lè a lè a pà ra dà (Seu poder e sua força o permite ficar invisível)
A lè a lè apà ra o (Ele pode estar caminhando ao nosso lado sem que possamos vê-lo)

Wù lè ké wá o jó rí o (Cantamos para louvar sua força e agrada-lo. Venha dançar para que possamos vê-lo)
Wé wé ké (Rola, rola e dança)
Wá o jó rí o (Vem dançar para que possamos vê-lo)

Ké ké dá lè mi ìran lê wá (Cantamos, cantamos para que traga sua força até nós que somos sua família)
Ké ké dá lè mi ìran lê wá (Cantamos, cantamos para que traga sua força até nós que somos sua família)

Òsunmaré lè lê ma rì (Òsunmaré é poderoso)
Lè lê ma húwà ara ká (Ele pode enrolar o corpo com seu poder)
Lè lê ma rè Òsunmaré (Você é poderoso Òsunmaré)
Ko bé jijó (pedimos que dance indo até o chão)
Òsunmaré ko bé jijó (Òsunmaré, pedimos que dance indo até o chão)
Ara ká ko bé jijó (Pedimos que dance em torno de si mesma indo até o chão)

Lesse Orisà (Somos filhos de Orixá)
Lesse ko ma fò (Os filhos de Orixá mantém o chão sempre lavado)
Sá ro ho (Para que você possa dançar no chão e não se ferir)
Lesse Orisà (Somos filhos de Orixá)
Lesse ko ma fò (Os filhos de Orixá mantém o chão sempre lavado)
Sá ro ho (Para que você possa dançar no chão e não se ferir)

Òsunmaré ló ké rè Òsunmaré (Òsunmaré, cantamos para sua despedida
O ló ké rè (Cantamos para ele se despedir)

Òsunmaré se umbó (Òsunmaré está presente)
Se umbó (Está presente)
O se umbó (Ele está presente)

Wá là koró léhìn ni (Ele está escondido, venha para este lugar)
Wá là koró léhìn ni (Ele está escondido, venha para este lugar)

Òsunmaré ní fe run dá dán (Òsunmaré é uma luz brilhante que gostamos de ter)
Ní fé run dá dán (É uma luz brilhante que gostamos de ter)

O ba hàn si o kun (Mostre seu arco-íris e venha nos ajudar)
Àlejò, Àlejò (Venha nos visitar, venha nos visitar)
O ba hàn si o kun (Mostre seu arco-íris e venha nos ajudar)
Ba hàn, ba hàn si o kun (Mostre seu arco-íris e venha nos ajudar)
Suré, e suré (Nos abençoe, nos abençoe)
Ba hàn, ba hàn si o kun (Mostre seu arco-íris e venha nos ajudar)

Arò bó bò yí! Aké lè sí (Arò bó bò yí! Ele tem um machado para nos proteger)
O hun jé lè iko kun (Sua palha da costa é colorida (as cores representam seu poder)
U Vodun nos adó dé (Ele é Orixá e nos abençoa com adó (comida feita com pipoca e azeite doce)
Arò bó bò yí! Aké lè sí e u jé lè Vodun jé (Arò bó bò yí! Ele tem um machado para nos proteger e nos curvamos ao poder que tem esse Orixá)

E ara ká ló bó ro (Vosso corpo vai se enrolando até o chão)
Àwa dé wò (Nos curvamos para que nos abençoe)
Òsunmarè àwa dé wó (Osunmarè enrola o corpo e vai até o chão)
Vodun àwa dé wò (Curvamo-nos a este Orixá para que nos abençoe)
Òsunmarè o (Ele é Òsunmarè)

A ma rà ka lódódun (Uma vez ao ano nos curvamos)
Àtà te lówó (Na cumieira pedindo fartura para o ano todo)
Òsunmarè o (Para Òsunmarè)
A ma rà ka lódódun (Uma vez ao ano nos curvamos)
Àtà te lówó (Na cumieira pedindo fartura para o ano todo)
Òsunmarè o (Para Òsunmarè)

Òòni se wá (Orixá Rei da nação Yorubá venha nos ajudar)
Òòni se wá (Orixá Rei da nação Yorubá venha nos ajudar)
O dá bo (O Senhor nos orienta e nos ajuda)
Ajelé lù wè (Governador, venha nos consagrar)
Òrisà ta bè lò (Pedimos que nos ilumine)
Vodun tata un dé (Orixá chefe, cubra-nos)

E dan, dan, dan (Ele é uma serpente, serpente, serpente)
Jó árin da ji dan (Ele é uma serpente criada e dança e torno do asè)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Xire oya

Cantigas de Xirê de Oyá

ÌYÁSAN
Oyiá Balé láàrin yò (Oyiá Balé ficamos felizes em tê-la entre nós)
Oyiá Balé
Àdá ma de pà ra gan bè hè (Pedimos que use seu facão para pegar e eliminar o mal definitivamente)

Odus

A PALAVRA " ODÚ " SIGNIFICA DESTINO . DESDE A HORA EM QUE VOCE NASCEU , ATÉ A HORA DE VOCE PARTIR PARA OUTRA VIDA . FAÇA UM CÁLCULO MATEMÁTICO COM A DATA DE SEU NASCIMENTO E, AÍ ENTÃO DESCOBRIRÁS QUAL É O SEU ODÚ.
EXEMPLO
UMA PESSÔA NASCIDA EM 15/11/1973 SOME: 1+5+1+1+1+9+7+3=28 QUE É = 10 NESTE CASO, Á PESSÔA SERÍA DO ODÚ EJIOFUM.


OKARAN
NÚMERO: 1
ORIXÁ CORRESPONDENTE: EXÚ
CÔRES: PRÊTO E VERMÊLHO
DIA: SEGUNDA - FÊIRA
NÚMEROS DA SORTE: 01 - 03 - 07 - 14 - 24 - 36 - 48 - 54
PERSONALIDADE:
SÃO CRIATIVOS, PERSISTENTES E DE EXCELENTE MEMÓRIA. POSSUEM FORTE INTUIÇÃO. SÃO MAUS GOSTAM DE FICAR SÓS, POSSUEM APARÊNCIA DESCUIDADA, SÃO EGOÍSTAS E MEDROSOS. TENDEM AO EGOÍSMO E AO INDIVIDUALISMO.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
EJIÔCO
NÚMERO: 2
ORIXÁS CORRESPONDENTE: OGUM , IBÊJIS E OBÁ
DIA: TERÇA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 02 - 16 - 26 - 29 - 41 - 50 - 53 - 59
SÃO GENIOSOS E EXIGENTES. IMPÕEM A SUA VONTADE, POR ISSO TAMBÉM ADQUIREM MUITOS INIMIGOS. SÃO ALEGRES , JOVIAIS E FELIZES. QUANDO NADA LHES SAI A CONTENTO, TORNAM-SE SOFREDORES. POSSUEM MUITO BOM CORAÇÃO. SÃO CORAJOSOS, BRIGUENTOS, POSSUEM INICIATIVA PRÓPRIA, SÃO AMBICIOSOS E GUERREIROS
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ETÁOGUNDÁ
NÚMERO:3
ORIXÁS CORRESPONDENTE: OBALUAIÊ - OGUM
DIA: SEGUNDA - FÊIRA
CÔRES: BRANCO E PRÊTO
NÚMEROS DA SORTE: 03 - 09 - 11 - 33 - 47 - 56 - 57 - 58
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS CONSCIENTES QUE , SUA FORÇA DE VONTADE, É IMPORTANTE PARA O SUCESSO, PERSISTÊNCIA E CORAGEM PARA TIRAR MELHOR PROVEITO DAS SITUAÇÕES. PESSOAS QUE USAM MUITO A RAZÃO; EM SEU LADO NEGATIVO, TRAZ A MENTIRA, FALSIDADE, FINGIMENTO, AVAREZA E FALSA MODÉSTiA
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

IROSSUM
NÚMERO:4
ORIXÁS CORRESPONDENTE: YÊMANJÁ , OGUM E XANGÔ
DIA: SÁBADO
NÚMEROS DA SORTE: 04 - 06 - 12 - 17 - 26 - 40 - 46 - 51
PERSONALIDADE
AS PESSOAS DESTE ODÚ PECAM E SOFREM POR NÃO GUARDAREM SEGREDO, EXCETO QUANDO LHES É CONVENIENTE- SÃO FALADORAS GENEROSAS E FRANCAS; ORGULHOSAS E EXALTADAS. GOSTAM DE AJUDAR O PRÓXIMO, DÁ MUITOS VALÔRES AO OCULTISMO CÔISAS MISTERIOSAS.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OXÊ
NÚMERO:5
ORIXÁS CORRESPONDENTE: OXUM - LOGUM-ODÉ
DIA: SÁBADO
NÚMEROS DA SORTE: 05 - 08 - 16 - 23 - 28 - 32 - 50
PERSONALIDADE
AS PESSOAS DESTE ODÚ GOSTAM DE MUITO PRAZER; SÃO PESSOAS BEM INFLUENTES, CHARMOSAS, AMBICIOSAS E PERIGOSAS, PRINCIPALMENTE NO AMOR. SÓ PENSAM EM LUCRO, SÃO PRECIPITADAS NO AGIR; PERDEM GRANDES OPORTUNIDADES POR EXISTIREM INIMIGOS OCULTOS QUE IMPEDEM AS VITÓRIAS. TEM O DOM DA FEITIÇARIA. SÃO APLICADOS NO TRABALHO. SENTIMENTAIS, AMANTES DAS DESCOBERTAS E DE EXPERIÊNCIAS MÍSTICAS E CIENTÍFICA. SÃO CHORONAS E UM POUCO FANÁTICAS.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OBARÁ
NÚMERO: 6
ORIXÁS CORRESPONDENTE: OXÓSSI , LOGUM-ODÉ E XANGÔ
DIA: QUINTA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 06 - 15 - 16 - 17 - 22 - 26 - 46 - 54
PERSONALIDADE
PESSOAS COM TEMPERAMENTO UM TANTO QUANTO ESTOURADO, SÃO DE EXTREMA SINCERIDADE; SÃO UM POUCO TAGARELAS COM HABITO DE CONTAR TUDO O QUE IRÁ SER FEITO, EVITANDO ASSIM A CONCRETIZAÇÃO DOS PLANOS. DESPERTAM ANTIPATIA E INVEJA DAS PESSOAS. SÃO JUSTAS E TENDEM A POSSUIR BENS.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ODÍ
NÚMERO: 7
ORIXÁS CORRESPONDENTE: OBALUAIÊ , OXÓSSI E OXALUFÃ
DIA; SEGUNDA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 07 - 13 - 31 - 45 - 54 - 56 - 58 - 59
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS COMUNICATIVAS E FÁCIL AMIZADE, SÃO SEMPRE TRAÍDOS POR AMIGOS, SÃO SENTIMENTAIS, TEM FORTE PODER INTUITIVO E PSÍQUICO. QUANDO ESPIRITUALIZADAS ATINGEM POSIÇÃO DE DESTAQUE NA VIDA. FORA ISSO LEVAM A VIDA EM DURAS PENAS, TENDO DIFICULDADE DE CONVIVER COM OS IMPULSOS. SÃO DESCONFIADOS E CIUMENTOS. POSSUEM SORTE PARA O JÔGO. GOSTAM MUITO DE TENTAR ADVINHAR OS FATOS. NÃO SE DÁ MUITO BEM NA VIDA.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
EJIONÍLÊ
NÚMERO:8
ORIXÁS CORRESPONDENTES: OXAGUIÃ , XANGÔ E OXUM
DIA: SEXTA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 08 - 12 - 23 - 26 - 34 - 56 - 57 - 58
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS TRABALHADORAS, GOSTAM DE TUDO MUITO RÁPIDO, EXIGE O ACÊIO E A LIMPÊZA; SÃO PESSÔAS IMPULSIVAS; PESSÔAS DE ESPÍRITO LIVRE; ENJOAM DE TUDO FACILMENTE; TEM PAIXÕES VIOLENTAS E, SÃO MUITO CURIOSOS. ADORAM AS VIAGENS.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OSSÁ
NÚMERO: 9
ORIXÁS CORRESPONDENTE: YANSÃ , XANGÔ E YÊMANJÁ
DIA: SÁBADO
NÚMEROS DA SORTE: 09 - 11 - 16 - 21 - 27 39 - 54 - 55
PERSONALIDADE
´
SÃO PESSOAS AUTORITÁRIAS, TÊIMOSAS E BRIGONAS. TENDEM A TER DISCÓRDIA E RANCÔRES. POSSUEM BÔAS INTUIÇÕES E , SÃO VOLTADOS A GRANDES PROJETOS DE REALIZAÇÃO PESSOAL. SÃO DAQUELAS PESSÔAS QUE, SÓ ACREDITAM VENDO. QUANDO ACREDITAM NAS CÔISAS ESPIRITUAIS, COSTUMAM ASSUMIR LIDERANÇAS DENTRO DA SÊITA. SÃO MUITO CRÍTICOS, METÓDICOS E INDIVIDUALISTAS. CONTAM COM UMA PROTEÇÃO ESPECIAL DE OXALÁ.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

EJIOFUM
NÚMERO:10
ORIXÁ CORRESPONFENTE: OXALUFÃ
DIA: DOMINGO
NÚMEROS DA SORTE: 10 - 12 - 31 - 40 - 43 - 45 - 49 - 50
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS IMPORTANTES COM GRANDES SENSOS COMUNITÁRIOS E DE PROFUNDO SABER PRÁTICO, EXPERIENTES, RANCOROSOS,TEIMOSOS, VINGATIVOS, COM SENSO DE JUSTIÇA MUITO IMPARCIAL, TENDEM OBTER SUCESSO APÓS MEIA IDADE. SÃO INVELHECIDOS INTERNAMENTE E, APARENTAM POSSUIR MUITA CALMA E PACIÊNCIA.
O SUCESSO MATERIAL DESTAS PESSÔAS ,DEPENDEM DO SUCESSO ESPIRITUAL.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OWARIN
NÚMERO:11
ORIXÁS CORRESPONDENTE: YANSÃ , EXÚ E OGUM
DIA: QUARTA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 01 - 11 - 17 - 23 - 32 - 45 - 61
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS DE CERTA FORMA 'PERIGOSAS", OBSTINADOS POR SUCESSO, FELIZES QUANDO BUSCAM PROFISSÕES LIBERAIS QUE ATUAM JUNTO AO PÚBLICO. POSSUEM MUITA ENERGIA, DISPOSIÇÃO; ESTÃO EM CONSTANTE MOVIMENTO, AGITO. SÃO MUITO NERVOSOS. POSSUEM SORTE NA VIDA , PORÉM SÃO EXTREMAMENTE VINGATIVOS E, DEFENDEM -SE ATACANDO.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
EJILAXEBORÁ
NÚMERO:12
ORIXÁ CORRESPONDENTE: XANGÔ
DIA: QUARTA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 01 - 12 - 18 - 19 - 23 - 34 - 40 - 45
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS BARULHENTAS, INTRIGANTES, GOSTAM DE INTRIGAS, ORGULHOSAS, VAIDOSAS AO EXTREMO, PREPOTENTES, AUTORITÁRIOS, VOLÚVEIS E SOVINAS. GOSTAM DE MANIPULAR AS PESSOAS E AS SITUAÇÕES. POSSUEM FORTE TENDÊNCIA A OBTER ALTAS POSIÇÕES NA SOCIEDADE, POSSUEM TENDÊNCIAS A VÍCIOS, DIFÍCIL DE SE ARREPENDER DE SUAS ATITUDES. A VITÓRIA FÁZ PARTE DE SUA VIDA, VENHA COMO VIER. PORÉM TAMBEM NÃO ESTÃO LIVRES DO FRACASSO, POIS ASSIM COMO SE SOBE, TAMBEM PODE -SE DESCER.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
EJILOBON
NÚMERO:13
ORIXÁS CORRESPONDENTES: NANÃ E OBALUAIÊ
DIA: DOMINGO
NÚMEROS DA SORTE: 13 - 45 - 47 - 48 - 50 - 58 - 59
PERSONALIDADE
SÃO TEIMOSOS, RANCOROSOS, HUMILDES, IMPACIENTES, ZELOSOS, DÓCEIS, CONSERVADORES , POSSUEM DIFÍCIL TRATO, SÃO BASTANTES INTROSPECTIVOS. EM GERAL, SÃO PESSÔAS COM TEMPERAMENTOS E APARÊNCIA DE PESSOAS MAIS VELHAS. TEM PAVOR DA MORTE. APARENTAM POSSUIR UMA FELICIDADE QUE, NA VERDADE INEXISTE.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

IKÁ
NÚMERO: 14
ORIXÁS CORRESPONDENTES: OXUMARÊ E OSSÃE
DIA: QUINTA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 14 - 42 - 47 - 48 - 50 - 51 - 55 -
PERSONALIDADE
FAZEM BOAS AMIZADES, SÃO DESCONFIADOS, TRAIÇOEIROS, POSSUEM MUITA SORTE RELACIONADO AO DINHEIRO; SÃO MUITO ATIVAS, ESTÃO SEMPRE EM MOVIMENTO(AÇÃO); SÃO PESSOAS EQUILIBRADAS, PREOCUPAM-SE COM O BEM ESTAR DE OUTREM, POSSUEM MUITA LIDERANÇA E FACILIDADE DE APRENDIZADO, PORTANTO ADORAM APRENDER A LÊR E ESCREVER. SÃO CONSIDERADAS PESSÔAS INTELIGENTES.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
OBEOGUNDÁ
NÚMERO:15
ORIXÁS CORRESPONDENTES: OBÁ E EWÁ
DIA: QUARTA - FEIRA
NÚMEROS DA SORTE: 01 - 02 - 04 - 15 - 36 -39 - 41 - 50
PERSONALIDADE
SÃO PESSOAS COM GRANDES DIFICULDADES EM RELACIONAMENTOS AMOROSOS, LEVAM VIDA AGITADA, SÃO BATALHADORAS; POSSUEM PERSONALIDADE FORTE E EXIGENTE. SÃO MUITAS VEZES INCOMPREENDIDAS E VINGATIVAS. TAMBÉM SÃO MUITO TRABALHADORAS E, PORTANTO SÃO FAVORECIDAS NOS NEGÓCIOS, (com pouco lucro, sucesso) MÁS, COM MUITA LUTA TENDEM A VENCER.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ALÁFIA
NÚMERO:16
ORIXÁS CORRESPONDENTES: IFÁ, ORUMILÁ E TODOS OS ORIXÁS FUNFUN
DIA: DOMINGO
NÚMEROS DA SORTE: 02 - 06 - 16 - 22 -31 - 58 - 60
PERSONALIDADE
NÃO POSSUI REGÊNCIA DE ORIXÁ DEFINIDA. PORTANTO NÃO PODE SER ASSOCIADO A NENHUM ORIXÁ.
SÃO PESSOAS QUE ALCANÇAM TRIUNFO EM TUDO, LUCROS, HERANÇAS, VIAGENS, FELICIDADE, BOAS PROPOSTAS..
SÃO PESSOAS QUE SEMPRE PRECISAM DE ORIENTAÇÃO ESPIRITUAL, POIS A AFLIÇÃO LHE É APARENTE.


Orixas funfun

ORIXÁ FUNFUN


Os "Òrìsà Funfun" são aqueles que vieram com Òbàtálá, seu líder, para Àiyé, ou posteriormente, aderiram ao grupo ou a ele. Praticamente são considerados como um clã ou sua "própria família". Òbàtálá se tornou o mais conhecido e reverenciado de todos os Òrìsà, por toda terra dos Yorùbás e por extensão em todo o mundo.

Alguns dos Òrìsà Funfun* :
Òrìsàála, Òrìsà-nla, Òsàla, ou Òbàtálá : O primeiro Òrìsà a ser criado por Olódùmarè.
Òrìsàteko ou Eteko Oba Dùgbè : Um grande guerreiro associado a Òbàtálá nas longas disputas de liderança com Odùduwà. Como seu principal templo é em Ìjúgbè, é também conhecido por Òrìsà Ìjùgbè. Este Òrìsà também esta relacionado com a agricultura, dizem que foi o primeiro a cultivar o inhame.
Òrìsà Akiré : Um guerreiro poderoso e rico e que tinha muitos escravos, tudo oriundo de espólios de suas conquistas. Seus principais templos são em Ìlàré e em Arùbídì. Dizem uns que Òrìsàkiré é um Òrìsà da paz, da produtividade e da opulência.
Òrìsà Aláse ou Olúorogbo : "Aquele que possui o infinito saber", quem ensinou ao Homem a se comunicar com símbolos e/ou marcas. Dizem que foi ele quem resolveu parte da longa e eterna disputa entre Òbàtálá e Odùduwà.
Òrìsàjiyán ou Ògiyán : também Ewúléèjìgbò na cidade de Èjìgbò.
Òrìsàlufan ou Olufan : também Òsàlufan na cidade de Ifan.
Òrìsà Oko : Òrìsà da agricultura. Da cidade de Ìràwò.
Òrìsà Òkè : Òrìsà das colinas e dos montes.
Òrìsàròwu ou Òrìsà Lòwu : Na cidade de Owu.
Òrìsà Ajagemo : Na cidade de Ede.
Òrìsà Olúwofín : Na cidade de Iwofin.
Òrìsà Pópó : Na cidade de Ògbómòsó.
Òrìsà Eguin : Na cidade de Owú.
Òrìsà Jayé : Na cidade de Ijàyé.
Òrìsàko : Na cidade de Oko.
Òrìsà Olóbà : Na cidade de Òbá.
Òrìsà Obaníjìta : ................
Òrìsà Alajere : ....................
Òrìsà Olójó : .......................
Òrìsà Oníkì : ......................
Òrìsà Onírinjà : .................
Òrìsà Àrówú : ....................

* Òrìsà funfun - divindades que tem como rito comum o uso de elementos e oferendas de cor branca ou derivada, e tabus alimentares ou outros, por vezes também semelhantes. Quando não, são também assim chamados por fazerem parte do processo da criação - que são os casos, principalmente de Odùduwà e Òrúnmìlà.
* O rito e o culto dos Òrìsà funfun, são tão semelhantes ou quase idênticos, que em vários casos é difícil distinguir se se trata de divindades distintas ou são qualidades de Òbàtálá, ou ainda, somente nomes diferentes do mesmo Òbàtálá. Pode, por estes ou outros inúmeros fatores, que o levaram a ser o mais conhecido Òrìsà do panteão, obviamente, sem se esquecer da sua real importância na gênesis yoruba.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Ogum



Orixá do ferro e da Guerra, Ogum é apontado historicamente como filho mais velho e querido de Oduduwá, o criador da existência. Conhecido também como Ogum Beira-Mar, Yara, Megê, e outros nomes é considerado o mais ativo de todos os orixás. Aliado poderoso, guerreiro feroz, Ogum também é um amigo seguro, paternal e um excelente companheiro na caminhada da vida, garantindo aos seus filhos uma existência de muitas conquistas , longe da acomodação. Ogun é líder, centralizador do poder, hábil e estrategista. Está, normalmente presente nas mudanças sociais, políticas e estruturais. Em casa, com a família, no bairro, na cidade ou no país, Ogum é o grande conselheiro na hora de se escolher novos caminhos a seguir. Seu arquétipo é o das pessoas impulsivas, briguentas e que não desistem nunca de seus objetivos.



OS FILHOS DE OGUM NO AMOR

O HOMEM DE OGUM

Como seu orixá protetor, o filho de Ogum é um guerreiro também nos assuntos do coração. Passional, sempre empenhado em manter o jogo da conquista, é um amante completo. Ativíssimo sexualmente, superprotetor com  a pessoa amada, interessado em satisfazer-lhe as vontades, o companheiro de Ogum garante à sua parceira uma vida feliz em todos os sentidos. Por isso mesmo é um homem muito cobiçado pelas mulheres. E como sente necessidade de viver em permanente estado de paixão, torna-se presa fácil as aventuras amorosas. Isso gera grandes conflitos internos nele e na pessoa amada.

A MULHER DE OGUM

A protegida de Ogum é uma mulher que reúne as características femininas e masculinas. Bonita e sensual por fora, ela pensa com cabeça de homem. Justamente por ser assim, expôe-se mais que as outras mulheres e destaca-se em qualquer lugar. Também é esse seu lado masculino muito forte que a faz prezar a sua liberdade e independência acima de tudo, com reflexos na vida afetiva. É a mulher de Ogum quem conquista o homem e é ela também que o dispensa quando não o quer mais. Essa característica faz dela uma mulher difícil para parceiros machistas. Mas conquista-la não é uma tarefa difícil e sim mantê-la sob domínio. Ela precisa de um companheiro por quem tenha grande admiração ou do qual dependa de alguma forma. E esse homem, por sua vez deverá aprender a conviver com muitas cenas de ciúme.
AFINIDADES

Com mulheres de Oxum, Yansã, Nanan, e Yemanjá

AFINIDADES

Com homens de Yansã, Exú, Oxunmaré, Nanan e Yemanjá

Bibliografia Consultada:
Dicionário Antológico da Cultura Afro-Brasileira - Eduardo Fonseca Jr.
Revista Planeta - Edição Especial Orixás - Número 126 - B
Revista Destino - Edição Extra 1992 - Os Orixás e o Amor, por Eduardo Fonseca Jr.

Exu

Dia da Semana: Segunda-feira.
Cores: Preto e vermelho.
Comida: Farofa de dendê, cachaça e mel.
Saudação: Kobá Laroê! Oxeturá L'orukó Ayiabá Tiwó.
Domínio: Porteiras e Encruzilhadas.


Exú ou Esú (em Yorubá) é a divindade da fertilidade, (Crescei e multiplicai-vos). É o regulador do cosmos, aquele que esteve no nosso planeta desde o princípio, que coloca barreiras e traça os caminhos a serem seguidos.

Erradamente comparado ao Diabo Católico no Brasil , Exu é na verdade o intermediário entre os seres humanos e o mundo astral. Segundo Olga Cacciatore em Dicionário dos Cultos Afro-Brasileiros, ele é o elemento dinâmico de tudo o que existe e o princípio da comunicação e expansão. é também o princípio da vida individual. Não é dele a responsabilidade de decidir sobre o certo ou o errado do que lhe é pedido pelos seres humanos, já que a estes foi dado o livre-arbítrio.

Tamanha é a importância de Exu em suas funçôes de contato entre o real e o supra-real, que é este o responsável em transmitir a resposta dos orixás ao Babalorixá na leitura de Búzios, assim como é dele a função de abrir caminho para a entrada dos eguns no reino dos mortos e iniciar qualquer cerimônia, trabalho ou festa nos cultos afro-brasileiros.



OS FILHOS DE EXÚ NO AMOR

O HOMEM DE EXÚ

Exu, o Orixá do sexo, da procriação e da fertilidade, faz de seus filhos homens com enorme poder de sedução. Afinal, cabe a ele o papel de dar continuidade à espécie. Mas justamente por ser extremamente sensual, e também por ser versátil, será capaz de agir dessa forma com várias pessoas ao mesmo tempo. O mais interessante de tudo é que ele dificilmente se afasta definitivamente das mulheres com quem manteve vínculos amorosos e sexuais. Por esta razão, não é difícil reconquistá-lo, principalmente se ele se deu bem sexualmente com essa parceira interessada em tê-lo de volta.

A MULHER DE EXÚ

Assim como o homem de Exú, a mulher é dotada de muita sensualidade. Mas esta é uma característica que ela não deixa transparecer com facilidade. Pelo contrário, tentará escondê-la atrás de uma imagem bastante reservada. Poderá fazer isso durante toda vida se não se sentir segura com seu companheiro. E segurança emocional para uma filha de Exú significa encontrar um homem que desenvolva com ela uma grande cumplicidade. Aí sim ela se soltará e se mostrará como realmente é: extremamente sensual. Só que para revelar-se plenamente deverá ser conduzida, porque a filha de Exú costuma ser passiva nas artes do amor.
AFINIDADES

Com mulheres de Oxum, Oxunmaré, Yansã, Oxalá, Exú, Oxóssi e Yemanjá.

AFINIDADES

Com homens de Yansã, Oxum, Ewá, Oxunmaré, Oxalá, Oxóssi, Ogum e Oxanguian.

Bibliografia Consultada:
Dicionário Antológico da Cultura Afro-Brasileira - Eduardo Fonseca Jr.
Revista Planeta - Edição Especial Orixás - Número 126 - B
Revista Destino - Edição Extra 1992 - Os Orixás e o Amor, por Eduardo Fonseca Jr. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Abian

Dentro dos cultos afros-brasileiros existe uma categoria de pessoas que são classificadas de Abiyans.

A palavra Abiyan quer dizer: Abi= "aquele que" e An= seria uma contração de "Onã", que quer dizer "caminho". As duas palavras aglutinadas formaram o termo Abiyan, que quer dizer "aquele que começa", "um novo caminho". E é isto, o Abiyan é uma pessoa que está começando um novo caminho, uma
nova vida espiritual.

O Abiyan também pode ter fios de contas lavados, obrigação de bori e, até em alguns casos, ter orixá assentado.

O Abiyan é um pré-iniciado e não um simples frequentador, como muitas das vezes é classificado.

Um Abiyan pode desempenhar várias atividades dentro de um terreiro, como por exemplo, varrer, ajudar na limpeza, ajudar nos cafés da manhã e almoços comunitários realizados em dias de festas de orixá, lavar louças, ajudar na decoração do barracão, enfim, o Abiyan pode desempenhar várias tarefas sem maior envolvimento religioso.

O período de Abiyan é de muita importância pois, é nesse período que o recém-chegado no Candomblé passa a observar o comportamento e a conviver com os já iniciados.

Existem pessoas que passaram por um longo período sendo Abiyan, antes de se iniciarem no Candomblé. Portanto, vale ressaltar a importância deste período, ou seja, Abiyan e dizer que o frequentador em yorubá, chama-se Lemó-mú.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Caboclo no candomblé



LINHA DE CABOCLO NO CANDOMBLÉ BRASILEIRO

Imagem
A origem dos Candomblés de Caboclos está no ritual de antigos negros de origem banto, que na África distante cultuavam os Nkisi – e que no Brasil viram-se forçados a encontrar um outro antepassado para substituir o Nkisi que não os acompanhou à nova terra. Neste novo e distante país, que antepassado cultuar senão o índio, o caboclo, como dizia os antigos nordestinos? Os antigos habitantes quem senão o verdadeiro e original “dono da terra”? (Santos, 1995).
O Candomblé de Caboclo se deu inicio entre os negros Bantu, sendo os espíritos indígenas paralelamente cultuados as divindades africanas (Nkisi e Hamba), sem misturar os Caboclos com Nkisi ou Hamba. Os negros tiveram a preocupação de cultuar os ancestrais desta terra, passando a cultuar paralelo ao culto que prestavam aos seus Minkisi e Mahamba.
Os caboclos, espíritos dos antigos índios que povoaram o território brasileiro, os antigos caboclos, eleitos pelos povos Bantu que aqui viveram anteriormente a chegada dos negros nagôs, como os verdadeiros ancestrais em terras nativas. São espíritos, não Deuses.
Ao Caboclo Índio são designados com “Caboclo de pena”, por causa da referência aos penachos e cocares que usam quando em transe para marcar sua origem indígena, e também existem os Caboclos de outras procedências, que são os Caboclos de couro (Boiadeiros), que teriam um dia vivido no sertão na lida do gado e que usam o chapéu característico de sua antiga ocupação.
O Candomblé Ketu não cultuava Caboclo, o que existe hoje é nessas casas de Ketu é modernidade, pois Caboclo sempre foi cultuados pelos angoleiros, por serem cultuados pelos povos Bantu ao chegarem nestas terras.
No livro Negros Bantos, Edison Carneiro relatou muitas cantigas e cerimônias assistidas no Terreiro da Goméia de João da Pedra Preta a quem, menciona em primeiro lugar nas listas do Pais de Santo consultados (Carneiro, 1937, p. 10). Outro escritor também menciona em Negroes in Brazil, os mais conhecidos Terreiros de nação Congo-Angola de Salvador, menciona o Terreiro da Goméia ao lado de terreiros prestigiados como o Bate-Folha, ate mesmo o Terreiro de Jubiabá (Pierson, 1967, p. 278)…(Vagner Gonçalves da Silva, p.156).
Tenho noticias de um mais velho descendente e pesquisador da Ndanji Goméia que a origem da Goméia é Candomblé Angola Caboclo por parte do Tatetu Severino Manoel de Abreu – Jubiabá, Pai de Santo de Joãozinho da Goméia. Com a origem do Candomblé de Caboclo que se originou pelos povos Bantu, faz desta Ndanji um importante Candomblé Angola, por conta dos princípios bantu, na precisão da elaboração de cultuar os ancestrais indígenas destas terras.
Joãozinho da Goméia foi um dos principais colaboradores de Edison Carneiro, que, em Negros Bantos, realizou uma etnografia sobre os Candomblés de ritos Angola e de Caboclos. Uma carta enviada Artur Ramos, o editor de Negros Bantos, Edison Carneiro se revelou bastante entusiasmado com o Candomblé da Goméia, ele diz:
Não se espante, por isso mesmo, com outros artigos sobre negros que vou cometer daqui por diante. Por exemplo, nos Negros Bantos pretendo dedicar capítulos aos candomblés de caboclo e as sessões de caboclo. Arranjei um ótimo campo de observação – o candomblé da Goméia (Angola). Já tenho observações notáveis que vão espantar o povo (Oliveira e Lima, 1987, p.109)…(Vagner Gonçalves da Silva, p. 156).
Sobre as polemicas contra Joãozinho da Goméia de cultuar caboclo no seu candomblé, observamos que Edison Carneiro sabia o que estava falando na carta enviada a Artur Ramos, por conta das criticas que as Sacerdotisas direcionavam ao Joãozinho da Goméia cultuar caboclo em seu candomblé, pois dentro das casas tradicionais da Bahia de nação ketu não cultuavam caboclos, não preocuparam em cultuar os ancestrais destas terras, preocupando somente com os Orixás deles no Candomblé.
Na esfera das religiões afro-brasileiras, a participação dos bantos foi fundamental, pois é da religiosidade desses povos ou sob sua influência decisiva que se formou no Brasil o Candomblé de Caboclo baiano e outras variantes regionais de culto ao antepassado indígena.
Da necessidade de cultuar o ancestral e do sentimento de que havia uma ancestralidade territorial própria do novo solo que habitavam, os bantos e seus descendentes criaram o candomblé de caboclo, que celebrava espíritos dos índios ancestrais (Santos, 1995; Prandi, Vallado e Souza, 2001).
Os Bantu estiveram no Brasil a muito mais tempo, mas existe indícios históricos que levam a crer que somente com a formação do Candomblé Angola e Congo de culto as divindades africanas (Nkisi e Hamba) teria surgido quando os Candomblés Ketu e Candomblé Djedje já estavam se organizando ou organizados.
Embora todos os negros e mestiços fossem considerados como iguais, na medida em que ocupavam na sociedade branca posição oficialmente subalterna e marginalizada, as identidades étnicas estavam preservadas nas irmandades religiosas católicas, que reuniam em igrejas e associações específicas os diferentes grupos africanos étnico-linguístico.
Pois quando nagôs e jejes reunidos nas irmandades católicas (Silveira, 2000) refizeram no Brasil suas religiões africanas de origem, os Bantu os acompanharam.
No campo religioso foi, portanto, dupla a contribuição banta originada na Bahia: o Candomblé de Caboclo e o Candomblé de Angola e Kongo, duas modalidades que se casariam num único complexo afro-índio-brasileiro, povoando, a partir da década de 1960, praticamente o Brasil todo de terreiros angola-congo-caboclo.
Na Salvador das décadas de 1920-30, o candomblé de caboclo, mais próximo de influências indígenas, contava com sacerdotes de grande prestígio: entre muitos outros, Pai Otávio Odé Taiocê, Sabina, Constância e sua irmã Silvana, que teria sido a primeira sacerdotisa do rito queto a incorporar o culto dos caboclos, uma proto-mãe da umbanda (Landes, 1967, cap. 17).
O Candomblé Ketu sempre disputava em popularidade com os Candomblés Bantu, conhecidos pelos nomes de Candomblé Angola ou Congo, os quais se espalham por todo o Brasil. Alguns destes Candomblés de raiz Bantu são: o candomblé do Bate-Folha, dos finados Pai Bernardino da Paixão e Mãe Samba Diamongo, o candomblé de Maria Neném, o candomblé de Ciriaco Tumba Junçara, o candomblé de Pai Manoel Natividade, do Caboclo Neive Branca e o candomblé da Goméia de Joãozinho da Goméia, importantíssimo divulgador da popularização do Candomblé no Rio de Janeiro, para onde se transferiu no ano 36, e que tem lugar significativo na memória dos candomblés paulistas.
Ruth Landes, antropóloga americana que, entre 1938 e 1939, guiada por Edison Carneiro, percorreu muitos Candomblés baianos, transcreve a seguinte explicação que lhe dera Sabina, mãe iniciada nos cultos caboclos por Silvana, com quem já estava rompida:
“Este templo é protegido por Jesus e Oxalá e pertence ao Bom Jesus da Lapa. É uma das casas dos espíritos caboclos, os antigos índios brasileiros, e não vem dos africanos iorubás ou do Congo. Os antigos índios da mata mandam os espíritos deles nos guiar, e alguns deles são espíritos de índios mortos há centenas de anos. Salvamos primeiro os deuses iorubás nas nossas festas porque não podemos deixá-los de lado; mas depois salvamos os caboclos porque foram os primeiros donos da terra em que vivemos. Foram os donos e portanto são agora os nossos guias. […] Talvez eu deva ir ao Rio e instalar um candomblé?” (ibid.: 193).
Mãe Sabina jogava búzios, recebia às quartas-feiras o seu caboclo para dar consultas, fazia os despachos e ebós. As cantigas e preces em sua casa eram em português misturado com palavras que hoje ouvimos nos candomblés angola.
Os sacerdotes desses terreiros de nações diferentes viviam em constante troca de visitas e favores, apesar das disputas entre eles. A então jovem Menininha do Gantois, que era admiradora e amiga de Constância, mãe de candomblé de caboclo, comenta com Ruth Landes sobre Mãe Sabina: “A senhora a chama de mãe? Ela quer é ganhar a vida, e não ajudar os outros, e nunca foi treinada em candomblé algum. […] E vive combatendo Constância, que é uma grande mãe, porque Constância a batizou na lei de caboclo. Constância e Silvana, essas sim, são grandes sacerdotisas” (ibid.: 213).
Preconceituosamente, o candomblé angola tem sido considerado um rito menor, e dele pouco se estudou (Trindade-Serra, 1978; Carneiro, 1937; Cossard-Binon, s.d.,).
O Candomblé Angola legitimou desde cedo o culto dos caboclos brasileiros, que além de se constituir como rito independente, foi também incorporado lá pelos anos 30 e 40 do século XX por casas nagôs que não as da tríade fundante, a Casa Branca, o Gantois, o Opô Afonjá (Landes, 1967).
Não se pode confundir Candomblé de Caboclo com a Umbanda, pois o Candomblé de Caboclo na época de sua formação cultuava as suas próprias Divindades – Nkisi e Mukixi, e os ancestrais desta terra. A Umbanda foi formada em 1908 onde adotou os Orixás, Caboclos, Pretos Velhos, Marujos, Baianos e Menino de Angola, todos estes espíritos.

Xire Oxum

Cantigas de Xirê de Oxum

ÒSÙN

Ye, ye, ye, ye,ye o (A elogiamos, elogiamos...)
Oro mi wá (Traga riqueza para nós)
Nù àse tori e fò (A força de suas águas lava e limpa tudo)
Yìn se kó-jùlo Iyagba o (Glorificamos a grande mãe que nos cria)
Oro mi wá (Traga riqueza para nós)
Nù àse tori e fò (A força de suas águas lava e limpa tudo)
A mu Ìyà mu ìyà (Ajude-nos mãe, ajude-nos mãe)
Ojá re e lè mò so tori e fò (Seu ojá a enfeita e representa seu poder de limpar tudo com as águas)

Orixa Nana

 LENDA DE NANÃ-01
No inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: - Volte já para o seu caminho rapaz! - Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades - Para passar por aqui tem que pedir licença! - Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. -Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: - O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço. O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: -Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: - Ogum não passou!

LENDA DE NANÃ-02
Nanã era esposa de Ogum e ocupava o cargo de juíza no Daomé. Só julgava os homens, sendo muito respeitada pelas mulheres que eram consideradas deusas. Ela morava numa bela casa com jardim. Quando alguém apresentava alguma reclamação sobre seu marido, ela amarrava a pessoa numa arvore e pediu aos Eguns para assustá-la. Certa noite, Yansã reclamou de Ogum e ele foi amarrado no jardim. À noite, conseguiu escapulir e foi falar com Ifá. A situação não podia continuar e, assim, ficou acertado que Oxalá tiraria os poderes de Nanã. Ele se aproximou e ofereceu a ela suco de igbin, um tipo de caramujo. Ao beber o preparado, Nanã adormeceu. Oxalá então se vestiu de mulher e, imitando o jeito de Nanã, pediu aos Eguns que fossem embora de seu jardim para sempre. Quando Nanã acordou e percebeu o que Oxalá tinha feito, obrigou-o a tomar o mesmo preparado de igbin e seduziu o orixá. Oxalá saiu correndo e contou para Ogum o que havia acontecido. Indignado, este cortou relações com Nanã. E é por isso que nas oferendas a Nanã não é usado nenhum objeto de metal. Uma outra lenda registra que, numa reunião, os orixás aclamaram Ogum como o mais importante deles e que Nanã, não se conformando em ser derrotada por ele, assumiu que não mais usaria os utensílios de metal criados pelo orixá guerreiro (escudos e lanças de guerra, facas e setas para caça e pesca). Por isso, que ela não aceita oferendas em que apresentem objetos de metal.
LENDA DE NANÃ - 03

Ogum é sem dúvida alguma, um dos Deuses Iorubanos mais conhecidos, mais cultuado e temido. Às vezes, até mesmo, mais temido do que Exú, sobre o qual, tem total domínio. Como é o filho de Oduduá e Yemanjá, mais velho e considerado o mais antigo Orixá Iorubano, e em virtude de sua ligação com metais, sem sua permissão e sua proteção, nenhuma atividade seria proveitosa; é o dono do obé (faca). Entretanto outros Deuses mais antigos que Ogum, originários de países vizinhos, mesmo assimilados pelos Iorubanos, não aceitavam de bom grado a primazia assumida e concedida a Ogum, por Oduduá. Essas diferenças, até hoje não foram resolvidas e deu origem a conflitos entre Nanã e Ogum, isto porque Nanã, o mais antigo Orixá da Nação de Daomé (uma espécie de Orixalá dos Iorubanos) não aceita o comando de Ogum. Por isso, nenhum animal oferecido a Nanã, podia ser cortado com o obé de metal e sim com o de madeira.

LENDA DE NANÃ EM VIDEO
LENDA DE NANÃ - 04
A história dos filhos de Oxalufã e Nanã Burucu :

Diz a lenda que Oxalufã vivia em seu reino com Nanã Burucu. Era um rei correto e bom mas cheio de afazeres. Ele deixava Nanã sempre sozinha. Ele, então, pediu a Ifá ( que representa o futuro e pode ser consultado através do jogo de búzios ) o consentimento para criar um filho para fazer companhia a Nanã. Assim foi feito e o filho, chamado de Oxaguiã, foi criado à semelhança do pai. No lugar de fazer companhia à Nanã, o filho tomava conta do reino e estava também cheio de responsabilidades e sempre representando o pai nas guerras e cerimônias fora do reino. Nanã mas uma vez se queixou da solidão na qual vivia e Oxalufã, para contentá-la, então pediu permissão para criar outro filho. Assim foi criado, sem o pecado original, Omolu que carregava consigo as doenças da humanidade. Ao contrário do primeiro filho, Oxaguiã, que era forte e cheio de vida, Omolu era raquítico e todo feridento. Nanã, esta vez, ficou revoltada e não tinha paciência para tomar conta deste filho doente. Ela o desprezou e o deixou na beira do mar. Foi ali, então, que Iemanjá tomou conta dele, cuidava de suas feridas e o dava o amor de mãe que Nanã não tinha dado. Mais uma vez, Oxalufã, para contentar e aplacar Nanã e evitar aborrecimentos fez outro filho, desta vez um irresponsável, interesseiro e de caráter duvidoso, Êxu, que gostava de brincar e pregar peças com todos os seres do reino. Foi a gota d'água para Nanã que se sentia humilhada; ela deixou o reino e foi se abrigar no reino de Xangô. Oxalufã, por sentir sua falta, consultou o adivinho que consultou a Ifá que lhe respondeu que não fosse buscar Nanã pois ele poderia sofrer um castigo pela desobediência. Mas ele, sentindo a falta, resolveu ir até o reinado de Xangô mesmo desobedecendo a Ifá. Ele então empreendeu sozinho e a pé a viagem ao reinado de Xangô em busca de Nanã, com um cacaio sobre os ombros e o paxerô para se apoiar. Cansado, no meio da estrada, parou para descansar quando apareceu um velhinho ( era Êxu fingindo-se de velho ) que lhe pediu para ajudá-lo a por na cabeça um pote cheio de dendê. Oxalufã, na sua bondade infinita, foi ajudá-lo sem perceber que era uma brincadeira do filho Êxu. Quando ele menos esperava, Êxu virou o pote cheio de dendê sobre Oxalufã e saiu rindo às gargalhadas. Oxalufã tentou limpar-se o máximo que pôde e continuou a viagem. Êxu, vendo que ele não desistia, tornou a se transformar, desta vez em um mendigo e com um saco de carvão. Oxalufã, ao vê-lo sentado numa pedra a beira da estrada, com o saco enorme perto dele e com a aparência de um pobre coitado, ofereceu mais uma vez ajuda. Quando Oxalufã suspendeu o saco, Êxu despejou o mesmo cheio de pó de carvão em cima de Oxalufã. Ao ver o pai todo melado de dendê e carvão, Êxu saiu rindo e pinotando pela estrada. Chegando mais a frente, novamente Êxu chegou em baixo de um pé de cajueiro e ficou sentado como mendigo, desta vez bem velhinho e com uma muringa enorme cheia de cachaça. Mais uma vez, Oxalufã pela sua bondade tentou ajudar o velhinho que, por sua vez, ao suspender a muringa para por na cabeça, a derramou sobre a cabeça de Oxalufã, que mais uma vez ficou melado, agora de cachaça. Novamente Êxu saiu rindo e pulando como um louco. Oxalufã se vendo tão sujo, lembrou-se do rio que passava ali perto e foi se banhar. Antes de chegar no rio, viu um cavalo branco que ele reconheceu como o de Xangô, porem, sem saber que o cavalo tinha fugido do reino de Xangô e que este, por ele ser de grande estimação, tinha mandado seus ministros à procura dele. Foi aí que encontraram Oxalufã dando água ao cavalo antes de tomar o banho. Por isso os ministros o trocaram por um salteador de estradas e sem demora o puseram numa gruta à beira da estrada e trancaram a saída, pois era assim que faziam com ladrões de cavalo na época. Voltaram ao reinado com o cavalo e nada disseram sobre o ladrão a Xangô.

Um tempo depois, as pessoas começaram a perceber a falta de Oxalufã pois este não aparecia mais nem no reino dele nem no de Xangô. Então os Orixás, ao se dar conta da falta do pai, saíram em busca dele. Iansã com a trovoada e os raios, Xangô com o trovão e seu cavalo branco, Oxum nas cachoeiras perguntando aos que passavam por ele, Oxossi e Osany nas matas. Enfim, todos Orixás das matas e do ar o procuravam. Assim se passaram sete anos e o reinado de Xangô entrou em calamidade e foi castigado por pragas, doenças e outros males. Foi então que um dos ministros lembrou-se e consultou a um adivinho que revelou onde estava Oxalufã. Foram em busca dele e ao encontrá-lo, todo sujo e alquebrado, o trouxeram para o reinado de Xangô aonde, nas escadarias do palácio, deram lhe um banho de água e perfume e lhe trocaram as vestes sujas colocando roupas alvas e limpas. Por isso, a partir desse dia, ficou determinado que filhos de Oxalufã só vestissem branco e não comessem dendê nem pegasse em carvão ou bebesse cachaça nos dias de Sexta-feira. Oxalufã, ao se achar limpo e bem vestido, todo de branco, e ao ver todos os Orixás reunidos na frente na escadarias do palácio de Xangô, fez então a criação de um filho que não era do céu e nem da terra, seis meses era homem, seis meses era mulher; seis meses novo e seis meses velho. Era gente e era cobra, vivia nas águas salgadas, doces e nas matas, era de todas as cores e servia de mensageiro entre o céu e a terra. Ele é chamado de Oxumaré e foi o criado de Xangô ( na terra de Angola ele é chamado de Angorô e na terra da Jêje de Dã ).
LENDA DE NANÃ - 05
OLENDA DE NANÃ - 04lorun enviou Nanan e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade. Os dois foram dotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente Nanan tinha o domínio do reinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça.
Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento.
Nanan, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe egun, mas apenas ela era reconhecida nesse reinado.
Certa vez, enquanto Nanan trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela, foi visitar egun, sem lhe pedir autorização.
Quando Nanan, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente. Enfurecida com a descoberta, resolveu fechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso.
Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nanan, tentando descobrir seus mistérios, mas apenas ela conseguia comunicar-se com os eguns.
Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz. Oxalá, usando um pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu sopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída.
Nanan não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar uma forma de castigá-lo. Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de ambos. Nanan errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara. Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo eguns. Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante, Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanan, cobrindo o seu rosto com um chorão, que somente as iyabás usam.
LENDA DE NANÃ - 04
Disputa entre NANÃ BURUKU e OGUM
Nanã Buruku é uma velhíssima divindade das águas, vinda de muito longe e há muito tempo.
Ogum é um poderoso chefe guerreiro que anda, sempre, à frente dos outros Imalés.

Eles vão, um dia, a uma reunião.
É a reunião dos duzentos Imalés da direita e dos quatrocentos Imalés da esquerda.
Eles discutem sobre seus poderes.
Eles falam muito sobre obatalá, aquele que criou os seres humanos.
Eles falam sobre Orunmilá, o senhor do destino dos homens.
Eles falam sobre Exú: "Ah! É um importante mensageiro!"
Eles falam muita coisa a respeito de Ogum.
Eles dizem: "É graças a seus instrumentos que nós podemos viver. Declaramos que é o mais importante entre nós!"
Nanã Buruku contesta então: "Não digam isto. Que importância tem, então, os trabalhos que ele realiza?"
Os demais orixás respondem: "É graças a seus instrumentos que trabalhamos pelo nosso alimento. É graças a seus instrumentos que cultivamos os campos. São eles que utilizamos para esquartejar."
Nanã conclui que não renderá homenagem a Ogum. "Por que não haverá um outro Imalé mais importante?"
Ogum diz: "Ah! Ah! Considerando que todos os outros Imalés me rendem homenagem, me parece justo, Nanã, que você também o faça."
Nanã responde que não reconhece sua superioridade. Ambos discutem assim por muito tempo.
Ogum perguntando: "Voce pretende que eu não seja indispensável?"
Nanã garatindo que isto ela podia afirmar dez vezes.
Ogum diz então: "Muito bem! Você vai saber que eu sou indispensável para todas as coisas."
Nanã, por sua vez, declara que, a partir daquele dia, ela não utilizará absolutamente nada fabricado por Ogum e poderá, ainda assim, tudo realizar.
Ogum questiona: "Como você fará? Você não sabe que sou o proprietário de todos os metais? Estanho, chumbo, ferro, cobre. Eu os possuo todos."
Os filhos de Nanã eram caçadores. Para matar um animal, eles passaram a se servir de um pedaço de pau, afiado em forma de faca, para o esquartejar.
Os animais oferecidos a Nanã são mortos e decepados com instrumentos de madeira.
Não pode ser utilizada a faca de metal para cortar sua carne, por causa da disputa que, desde aquele dia, opôs Ogum a Nanã.
LENDA DE NANÃ - 06
Nanã era rainha de um povo e tinha poder sobre os mortos. Para roubar esse poder, Oxalá casou com ela, mas não ligava para a mulher. Então, Nanã fez um feitiço para ter um filho. Tudo aconteceu como ela queria mas, por causa do feitiço, o filho (Omolu ) nasceu todo deformado; horrorizada, Nanã jogou-o no mar para que morresse. Como castigo pela crueldade, quando Nanã engravidou de novo, Orumilá disse que o filho seria lindo mas se afastaria dela para correr mundo. E nasceu Oxumaré, que durante 6 meses vive no céu como o arco-íris, e nos outros 6 é uma cobra que se arrasta no chão.
LENDA DE NANÃ - 07
Na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore e então Nanã chamava os Eguns para assustá-lo. Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu sua entrada no Jardim dos Eguns. Mas Oxalá espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela "(ele mesmo). Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido.
LENDA DE NANÃ - 08
Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não é tão importante assim, torceu com as próprias mãos os animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.
LENDA DE NANÃ - 09
Conta a lenda que Nanã só julgava os homens, pois ela colocava as mulheres acima do julgamento humano. Ela plantou um jardim e quando uma mulher reclamava de seu homem, ela o pendurava em uma árvore e chamava os Eguns, espíritos desencarnados, para assustá-lo. Os Orixás estavam revoltados. Então Ogum pediu a Oxalá para ir dominar Nanã. Ele enfeitiçou Nanã e fez com que mostrasse seu jardim. Nanã adormeceu e Oxalá vestiu-se de mulher, fugindo dos Eguns. Nanã acordou e foi atrás de Oxalá, enfeitiçando-o e seduzindo para sempre o Orixá maior. Dessa união nasceu Oxumaré, o arco-íris e também Iroko e Omulu.
LENDA DE NANÃ - 10
Conta-se que Oxalá se ia casar com Nanã, mas um dia ele foi à praia e na beira do mar encontrou Yemanjá. Essa Orixá, muito linda e envolvente, seduziu Oxalá, que ficou em sua companhia. Nanã sofreu muito quando Oxalá voltou e lhe contou que não podia viver sem Yemanjá, mas ele também disse a Nanã que ainda a amava. Ela não se queixou e deixou o noivo ir. Yemanjá é enganadora, fingida e fez muitas a Oxalá, até que ele não quiz mais saber dela e voltou para Nanã. Arrependido, ele disse que o mar lhe chamava, mas era no barro que estava o seu céu. Nanã perdoou a Oxalá e também a Yemanjá.

LENDA DE NANÃ - 11

Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o òrìsà tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.

Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã.

Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos òrìsà povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.

Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu.

LENDA DE NANÃ - 12
Nanã é a deusa das chuvas, senhora da morte, e responsável pelo portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).
Em sua passagem pela Terra, foi a primeira iabá e a mais vaidosa, em nome da qual desprezou seu filho primogênito com Oxalá, Omulu, por ter nascido com várias doenças de pele. Não admitindo cuidar de uma criança assim, acabou abandonando-o no pântano.
Sabendo disso, Oxalá condenou-a a ter mais filhos, os quais nasceriam anormais (Oxumaré, Ewá e Ossayn), e a baniu do reino, ordenando-lhe que fosse viver no mesmo lugar onde abandonou seu pobre filho, no pântano.
Nanã tornou-se uma das yabás mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão.
Senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omulu.
Protectora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais.
LENDA DE NANÃ - 13
Nanan Buruku é a divindade das águas, a mais antiga de todas, muito velha e arredia, dona das águas paradas, das lagoas e dos pântanos.

Certa feita, numa reunião com todos os Imalés, falou-se muito sobre Obatalá, aquele que criou os homens, sobre Orunmyilá, o dono do destino dos seres humanos. Sobre Exu disseram que era um importante mensageiro, e sobre Ogun, que era o mais importante de todos, que era o dono do ferro e dos metais e que sem as ferramentas que ele fazia era impossível plantar, colher, construir ou fazer a guerra. Todos o reverenciaram, menos Nanan Buruku.
Ela se dispôs a provar que não precisava dos metais. Com as madeiras mais duras da floresta fez cavadeiras para semear e cavar; para caçar, fez flechas de caniço e osso; para cozinhar, panelas de barro; para guerrear, lanças e clavas, facas de bambu e escudos de couro de rinoceronte.

É por isso que não se usam objectos de metal para matar os animais oferecidos a Nanan Buruku.